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26 de mai. de 2013

TRABALHO DE QUÍMICA: A CHUVA ÁCIDA.




A CHUVA ÁCIDA.

Atividade de Química -  3ª Série Ensino Médio e EJA.

            O termo chuva ácida foi empregado pela primeira vez em 1952 por um cientista inglês, R. A. Smith, em sua monografia O Ar e a Chuva: O Início da Climatologia Química, a Chuva Ácida. Embora a chuva ácida formada por substâncias que as chaminés das indústrias e os escapamentos dos automóveis despejam na atmosfera, tenha surgido, provavelmente, em meados do século passado, em decorrência da Revolução Industrial, só há dez anos esse fenômeno começou a inquietar os ecologistas, para se converter, nos dias de hoje, numa de suas mais obsessivas preocupações. "Trata-se talvez do mais sério problema ecológico do século", suspeita o patologista americano Leon Dochinger, do Serviço de Florestas dos Estados Unidos. Significativamente, nada menos do que quatro simpósios internacionais, na Europa, foram dedicados ao tema, desde o final de março.* 
            A precipitação ácida ocorre quando aumenta a concentração de dióxido de enxofre (SO2), e óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), que produzem ácidos quando em contato com a própria água da chuva. Estes compostos são liberados na combustão de materiais de origem fóssil, como o petróleo e o carvão. A combustão destes materiais também dá origem a óxidos de carbono (CO e CO2), pois existe carbono em sua composição, assim como na composição de outros materiais como o álcool comum (C2H5OH).
            As chuvas ácidas transformaram a superfície do mármore (CaCO3) do Parthenon, em Atenas,em gesso (CaSO4); macio e sujeito a erosão.
            Fotografias das Cariátides, as ninfas sobre as quais se apoia o templo de Erekteion, na Acrópole, mostram que, num período de dez anos (1955 a 1965), a chuva ácida destruiu os narizes das Cariátides e outros detalhes de suas figuras. O mesmo fenômeno é observado no Taj Mahal, na Índia, e no Coliseu, em Roma.
            Mas a chuva ácida não atinge apenas monumentos de valor incalculável para a humanidade. Em alguns lugares, como nos países da Escandinávia, ela está matando os peixes dos lagos e rios; em outros, como na Alemanha, vai rapidamente dizimando as florestas. No sinistro mapa da devastação, pelo menos um ponto do território brasileiro já está assinalado - Cubatão, o sufocante polo industrial da Baixada Santista.
            Para medir o grau de acidez - o pH - da água, os técnicos usam uma escala que vai de 0 a 14. Quanto mais baixo o número, maior o índice de acidez, que avança numa progressão estonteante: o pH 1,0 é dez vezes mais ácido que o pH 2,0, cem vezes mais ácido que o pH 3,0, e assim por diante. A água destilada, quando rigorosamente pura, tem, aproximadamente, pH 7,0; a água da chuva, normalmente, tem pH em torno de 5,6. Em diversos pontos do mundo, no entanto, tem-se registrado precipitações com índice de acidez próximo de 2,0; como observam os cientistas, é como se nesses lugares chovesse algo ainda mais ácido que o suco de limão, cujo pH é 2,1. A maioria dos peixes morre quando o pH dos rios e lagos atinge 4,5.
            O Brasil, que, além de menos industrializado do que a Europa e os Estados Unidos, praticamente não precisa queimar carvão mineral ou óleo combustível para produzir energia - algo muito comum, sobretudo na Europa, onde é escassa a energia hidrelétrica - já começa a exibir números assustadores. No centro de Cubatão, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), do governo do Estado de São Paulo, detectou, em 1983, índices de pH que iam de 4,7 a 3,7. Os maiores responsáveis por essa anomalia são os derivados de enxofre, que as chaminés das petroquímicas e siderúrgicas não cessam de despejar na carregada atmosfera de Cubatão. O problema não seria tão grave se as indústrias da região passassem a queimar, em suas caldeiras, óleo com 1% de enxofre - o que se usa hoje tem 5%.
            A chuva ácida nem sempre cai onde foi gerada - tangida pelo vento, pode desabar a grandes distâncias das fontes poluidoras. Inicialmente, as enormes chaminés, com as quais se pretende evitar a poluição, contribuem para que isso aconteça, pois lançam a fumaça em correntes altas de vento. A viagem dos poluentes explica, por exemplo, o fato de as paradisíacas ilhas Bermudas, a 960 km da costa atlântica dos Estados Unidos, ou as montanhas amazônicas do sul da Venezuela enfrentarem chuvas tão ácidas quanto as que tombam sobre os países industrializados.
          Alguns guarda-chuvas têm sido abertos contra essa terrível modalidade de poluição. Em março de 1984, reunidos em Madri, representantes de nove países europeus e do Canadá acertaram reduzir em 30%, na próxima década, suas emissões de enxofre. Não será tarefa suave, dado o elevado custo dos equipamentos para combater a chuva ácida. Na França, por exemplo, onde já são obrigatórios estes dispositivos representam 10% do custo global das usinas termelétricas, onde estão instalados. Para financiá-los, quase sempre é indispensável aumentar as tarifas de energia - um risco político que os governantes relutam em assumir. Alguns casos, porém, comportam soluções mais baratas. Foi algo assim que fez o governo da Grécia, em janeiro passado: a área do centro de Atenas, onde os carros só podem trafegar em dias alternados, foi ampliada de 8 para 67 km2, numa tentativa de dissolver a nuvem negra que corrói implacavelmente os dois milênios e meio do Parthenon.

TEXTO BASEADO NO ARTIGO : "CHUVAS DA MORTE", publicado na revista Isto é; em 09 de maio de 1984.

QUESTÕES PARA O ENTENDIMENTO DO TEXTO:

1) Em que época presume-se que tenha surgido a chuva ácida? A partir de quando ela passou a ser preocupação de cientistas e ecologistas?
                  
2) Em que condições atmosféricas a chuva ácida se forma?
                  
3) Qual a origem dos compostos formadores da chuva ácida?
                  
4) Qual o seu efeito sobre o mármore? E sobre a natureza?
                  
5) Como os técnicos chamam a escala que mede o grau de acidez da água? Qual a variação de valores dentro dessa escala?
                  
6) O problema da chuva ácida existe no Brasil? Qual o maior responsável pelo problema?
                  
7) A chuva ácida cai sempre na região onde se formam os poluentes?
                  
8) Existe possibilidade de reduzir a formação de chuva ácida? Que medidas poderiam ser tomadas para amenizar este problema?





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